Errei muitas vezes,
Repetidas vezes,
Vezes sem fim.
Errei por não querer jamais errar.
Errei nos conselhos que dei,
E até por querer sempre dar,
A aqueles que conseguiram acertar.
Errei quando atirava pedras,
E questionava as que queriam me atirar.
Errei pela arrogância,
Preciosismo e intolerância,
Por chorar escondido pra ninguém perceber;
Atribuir a outros meus próprios erros,
Quando só a mim deveria ser.
Errei por acreditar na perfeição,
E imaginar que os erros fossem a sua contramão.
Errei por fazer poucos amigos,
E não dividir meus traumas e segredos.
Errei por incontingência desse inexplicável medo.
Errei por decisão,
E também por omissão.
Errei por esquecer dos erros que cometi,
E não ter a sensibilidade de reconhecer
Que pelos erros se chega à verdade.
Errei por persistência,
De não somar os meus erros à minha experiência.
Errei mais do que devia,
Menos do que a minha prepotência queria.
Errei por motivos inconfessáveis e pretextos inomináveis.
Errei por te amar sem limites;
O maior dos meus erros,
Que nunca vou deixar de errar.
Por Poeta Carlos Lucchesi