Anualmente, no último final de semana do mês de junho, é
realizada a festa popular a céu aberto na Cidade de Parintins, no Estado do
Amazonas – Brasil.
Tendo a disputa entre
dois Bois Folclóricos; O Boi Caprichoso – de cor vermelha e o Boi Garantido –
de cor azul.
Várias associações
folclóricas também se apresentam fazendo parte do desfile durante 3 noites
seguidas. Os temas são mostrados através de alegorias e encenações. São
mantidas as lendas, rituais indígenas, cultura e os costumes regionais.
O espaço onde ocorre
o desfile é chamado de Bumbódromo.
Em 1965 um grupo de
amigos ligados a Juventude Alegre Católica (JAC) criaram o Primeiro Festival.
Raimundo Muniz, Lucenor Barros, Xisto Pereira e Padre Augusto participaram
ativamente com grande equipe para produzir o evento.
Os dois Bois se
apresentaram sem competir. A disputa aconteceu no ano seguinte vencendo O Boi Garantido.
Sendo também
abrilhantado com a apresentação de 22
grupos de dança caipira.
A disputa entre Os
Bois é acirrada.
Em 1982, protestando
contra as notas, O Boi Caprichoso não desfilou; tendo a participação do Boi Bumbá
Campineiro, sendo o vice-campeão do ano.
Em 1994 , O Festival passa a
ser transmitido ao vivo pela televisão,TV Amazonas, atraindo turistas de todos os estados do país.
A Cidade de
Parintins, a partir do ano 2000, passa a “exportar” profissionais para
trabalhar no carnaval de outros estados confeccionando bonecos grandiosos, com
movimentos que lhe dão vida.
Tendo 22 quesitos a
serem julgados. Os três primeiros são: apresentador; levantador de toadas e
batucada. O último; encenação (coreografia – organização – animação – conjunto
folclórico).
Sem ordem
pré-determinada ficam a serem julgados: ritual; porta-estandarte; amo do boi;
sinhazinha da fazenda; rainha do folclore; boi bumbá (evolução); cunhã poranga;
toada (letra e música); pajé; tribos masculinas; tribos femininas; tuxaua luxo;
tuxaua originalidade; figuras típicas regionais; alegorias; lenda amazônica;
vaqueirada e galera.
A música é chamada de
“toada” acompanhada por mais de 400 ritmistas. O desfile tem o tempo de duas
horas e meia. Cada Boi se apresenta na Arena com ordem de entrada alternada em
cada dia.
As letras das músicas
resgatam o passado de mitos e lendas da Floresta Amazônica. As toadas incluem
sons da natureza e o canto dos pássaros.
O ritual mostra a
lenda de Pai Francisco e Mãe Catarina que com ajuda do Pajé conseguem fazer
reviver o “boi do patrão”.
O apresentador conduz
o tema com sua voz que precisa ser afinada, de boa dicção, timbre e técnica de
canto, para que fique claro a todos que assistem.
Paulinho Faria foi
apresentador do Boi Garantido por 26 anos.
No desfile, primeiro
entra o apresentador e em seguida o levantador de toadas que interpreta todas
as músicas que fazem parte da trilha sonora da apresentação.
Figura importante
pois além da técnica, a força e a beleza de sua apresentação valerem pontos,
tem que emocionar a todos, inclusive os próprios componentes. Precisa ter bela
voz e simpatia com todo o público.
O Amo de Boi tem
jeito caboclo. Exalta as origens e as tradições do nosso folclore, fazendo
soar o “berrante” e tirando versos em
grande estilo.
É a chamada do Boi
que vem para bailar.
Sinhazinha da Fazenda
é a filha do dono da fazenda.
Com graça, alegria,
simplicidade e desenvoltura, vem saudando o Boi e o Público.
Valorizam as Figuras
Típicas Regionais e as Lendas Amazônicas com muita arte e paixão. As alegorias
são gigantes e com movimento.
Fogos e luzes dão
brilho ao espetáculo. Coreografias e fantasias retratam a cultura e o folclore
de um povo.
Neste quesito são
julgados: criatividade, envolvimento e encenação.
A Porta Estandarte
simboliza o Boi em movimento. Precisa ter alegria, elegância, desenvoltura e
sincronia de movimento entre o bailado e o estandarte.
Cunhã Poranga
representa “a moça bonita”. Sua força é mostrada através da beleza. Incorpora a
personagem de sacerdotisa, guerreira e guardiã.
A Rainha do Folclore representa a expressão do
poder manifestada pelo povo. Possui uma bela fantasia. Graça e desenvoltura se
incorporam na grande rainha.
O Boi Bumbá Evolução
é o símbolo da manifestação popular, e por Ele é a razão do festival. Leveza,
alegria e realidade deve ter a evolução do Boi. Importante a coreografia,
encenação e geometria idêntica. O “tripa do boi” que além de dançar vestido de Boi, comanda os movimentos
e confecciona a roupa do Boi .
Tribos indígenas se
apresentam em grupos sendo nativos da Amazônia. Considerando a sincronia de
movimentos, cores, formas de dançar e fidelidade às raízes.
O Ritual é o auge do
desfile. Numa apresentação teatral com a intervenção do Pajé, temido
curandeiro. Faz a dança da pajelança. Este quesito foi instituído no ano de
1995, passando a ter grande importância na apresentação. O desempenho da Torcida no
Bumbódramo também é julgado. É preciso a participação integral de todos com
entusiasmo.
Enquanto um Boi se
apresenta, a torcida contrária permanece em total silêncio. Nunca pronunciando
o nome do outro Boi. Usa-se a palavra
“contrário”. São proibidas vaias, palmas e gritos durante o desfile e
apresentação do “Boi Contrário”.
Cada Boi tem em média
cinco mil componentes.
São 6 jurados
sorteados na véspera do Festival. Conhecem arte, cultura e o folclore brasileiro. Cabe-lhes apontar o melhor do ano. Não podem viver na
região norte do Brasil; moram em outras regiões do país. O jurado do ano não
pode ser da mesma região do jurado do ano anterior no quesito.
Lindíssima e bem planejada a grande Festa do Boi de
Parintins!