sexta-feira, 16 de maio de 2014

Festival de Parintins



  Anualmente, no último final de semana do mês de junho, é realizada a festa popular a céu aberto na Cidade de Parintins, no Estado do Amazonas – Brasil.
 Tendo a disputa entre dois Bois Folclóricos; O Boi Caprichoso – de cor vermelha e o Boi Garantido – de cor azul.
 Várias associações folclóricas também se apresentam fazendo parte do desfile durante 3 noites seguidas. Os temas são mostrados através de alegorias e encenações. São mantidas as lendas, rituais indígenas, cultura e os costumes regionais.
 O espaço onde ocorre o desfile é chamado de Bumbódromo.
 Em 1965 um grupo de amigos ligados a Juventude Alegre Católica (JAC) criaram o Primeiro Festival. Raimundo Muniz, Lucenor Barros, Xisto Pereira e Padre Augusto participaram ativamente com grande equipe para produzir o evento.
 Os dois Bois se apresentaram sem competir. A disputa aconteceu no ano seguinte vencendo O Boi Garantido.
 Sendo também abrilhantado com a apresentação de  22 grupos de dança caipira.
 A disputa entre Os Bois é  acirrada.
 Em 1982, protestando contra as notas, O Boi Caprichoso não desfilou; tendo a participação do Boi Bumbá Campineiro, sendo o vice-campeão do ano.
Em 1994 ,  O Festival passa a ser transmitido ao vivo  pela televisão,TV Amazonas,  atraindo turistas de todos os estados do país.
 A Cidade de Parintins, a partir do ano 2000, passa a “exportar” profissionais para trabalhar no carnaval de outros estados confeccionando bonecos grandiosos, com movimentos que lhe dão vida.
 Tendo 22 quesitos a serem julgados. Os três primeiros são: apresentador; levantador de toadas e batucada. O último; encenação (coreografia – organização – animação – conjunto folclórico).
  Sem ordem pré-determinada ficam a serem julgados: ritual; porta-estandarte; amo do boi; sinhazinha da fazenda; rainha do folclore; boi bumbá (evolução); cunhã poranga; toada (letra e música); pajé; tribos masculinas; tribos femininas; tuxaua luxo; tuxaua originalidade; figuras típicas regionais; alegorias; lenda amazônica; vaqueirada e galera.
 A música é chamada de “toada” acompanhada por mais de 400 ritmistas. O desfile tem o tempo de duas horas e meia. Cada Boi se apresenta na Arena com ordem de entrada alternada em cada dia.
 As letras das músicas resgatam o passado de mitos e lendas da Floresta Amazônica. As toadas incluem sons da natureza e o canto dos pássaros.
 O ritual mostra a lenda de Pai Francisco e Mãe Catarina que com ajuda do Pajé conseguem fazer reviver o “boi do patrão”.
 O apresentador conduz o tema com sua voz que precisa ser afinada, de boa dicção, timbre e técnica de canto, para que fique claro a todos que assistem.
 Paulinho Faria foi apresentador do Boi Garantido por 26 anos.
 No desfile, primeiro entra o apresentador e em seguida o levantador de toadas que interpreta todas as músicas que fazem parte da trilha sonora da apresentação.
 Figura importante pois além da técnica, a força e a beleza de sua apresentação valerem pontos, tem que emocionar a todos, inclusive os próprios componentes. Precisa ter bela voz e simpatia com todo o público.
 O Amo de Boi tem jeito caboclo. Exalta as origens e as tradições do nosso folclore, fazendo soar  o “berrante” e tirando versos em grande estilo.
 É a chamada do Boi que vem para bailar.
 Sinhazinha da Fazenda é a filha do dono da fazenda.
 Com graça, alegria, simplicidade e desenvoltura, vem saudando o Boi e o Público.
 Valorizam as Figuras Típicas Regionais e as Lendas Amazônicas com muita arte e paixão. As alegorias são gigantes e com movimento.
 Fogos e luzes dão brilho ao espetáculo. Coreografias e fantasias retratam a cultura e o folclore de um povo.
 Neste quesito são julgados: criatividade, envolvimento e encenação.
 A Porta Estandarte simboliza o Boi em movimento. Precisa ter alegria, elegância, desenvoltura e sincronia de movimento entre o bailado e o estandarte.
 Cunhã Poranga representa “a moça bonita”. Sua força é mostrada através da beleza. Incorpora a personagem de sacerdotisa, guerreira e guardiã.
 A Rainha do Folclore representa a expressão do poder manifestada pelo povo. Possui uma bela fantasia. Graça e desenvoltura se incorporam na grande rainha.
 O Boi Bumbá Evolução é o símbolo da manifestação popular, e por Ele é a razão do festival. Leveza, alegria e realidade deve ter a evolução do Boi. Importante a coreografia, encenação e geometria idêntica. O “tripa do boi” que além de   dançar vestido de Boi, comanda os movimentos e confecciona a roupa do Boi .
 Tribos indígenas se apresentam em grupos sendo nativos da Amazônia. Considerando a sincronia de movimentos, cores, formas de dançar e  fidelidade às raízes.
 O Ritual é o auge do desfile. Numa apresentação teatral com a intervenção do Pajé, temido curandeiro. Faz a dança da pajelança. Este quesito foi instituído no ano de 1995, passando a ter grande importância na apresentação. O desempenho da Torcida no Bumbódramo também é julgado. É preciso a participação integral de todos com entusiasmo.
 Enquanto um Boi se apresenta, a torcida contrária permanece em total silêncio. Nunca pronunciando o nome do outro Boi. Usa-se a palavra  “contrário”. São proibidas vaias, palmas e gritos durante o desfile e apresentação do “Boi Contrário”.
 Cada Boi tem em média cinco mil componentes.
 São 6 jurados sorteados na véspera do Festival. Conhecem arte, cultura e o  folclore brasileiro. Cabe-lhes  apontar o melhor do ano. Não podem viver na região norte do Brasil; moram em outras regiões do país. O jurado do ano não pode ser da mesma região do jurado do ano anterior no quesito.
  Lindíssima  e bem planejada a grande Festa do Boi de Parintins!
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